domingo, 24 de julho de 2011

Citando Manzini

Boa noite. Uma agradável noite de domingo em meio a um inverno que começou gelado. Estou trabalhando bastante na minha dissertação. E, em meio a leituras, encontro algo que precisa ser citado nesse blog.

Digamos que o prazer de comprar roupas ou de comer carne, em mim, não tem um efeito tão forte quanto o prazer de realizar algumas outras façanhas. Princialmente quando me sinto uma peça ativa. Então, vamos à citação  da qual fala o título desse post: 
Manzini e Vezzoli (bom, eles possuem um currículo tão vasto que direi, super resumidamente, que são ligados ao desenvolvimento de produtos sustentáveis - procura no google, são famosos). Pois bem, é a dupla que norteia muito de minhas pesquisas. Dessa vez porém, citarei algumas frases de um livro do Manzini (só dele), onde ele escreve exatamente o que aconteceu comigo nesse último ano:

"A atual ideia de bem-estar surgiu no século passado e por quase uma centena de anos permaneceu intocada. (...) Observaremos que teve início com a difusão da produção em massa de bens de consumo. (...) Diante de um resultado a ser alcançado, a melhor estratégia será sempre o que requer menor esforço físico, atenção, tempo e, consequentemente, o mínimo de capacidade e habilidade para colocá-lo em funcionamento". p. 54  
(Que jeito de ser meio Garfiled, não? A lei do menor esforço aliada à definição de bem-estar. Bom, continuemos:)
"Felizmente, porém, a natureza humana não é tão simples e monológica". (Ufa.... alguém me entende.) "Os seres humanos podem tender à ociosidade e terem prazer ao serem servidos, mas também podem comportar-se de modo totalmente oposto. Há os que encontram prazer no realizar de um trabalho, por ser a via mais econômica ou por oferecer mais liberdade. (..) a natureza humana é contraditória. Pode-se operar segundo diferentes lógicas e aspirações. E é a partir desse ponto que nasce a proposta de um bem-estar ativo. Esse bem estar não elimina o outro modelo, mas insere uma nova condição, o de ser ativo, de cuidar de si mesmo, dos seus e da sua vizinhança."

Ok, ok. Vou explicar o ponto de vista: desde quando bem-estar é ficar parado em frente à TV com pessoas te servindo comida e bebida e você aguardando, deitado, um belo infarto? Tá exagerei....
Em todo o caso, pode ser divetido fazer a própria comida, costurar (ou arrumar) a própria roupa, pintar a casa, arrumar a casa. Fazer, criar. Ao invés de comprar pronto. Ele fala, também, da gente trabalhar tanto e se desgastar muito pra ter mais grana pra comprar mais coisas... e mais coisas... e mais coisas.... hum.... tive uma lembrança: Clube da Luta. Filmaço que também questiona isso. De um modo meio "porrada"... hehe, mas recomendo. 

E sim, também adoro uma preguicinha, uma TV com pipoca e etc. Mas também ADORO me mexer pela casa, fazer várias coisas, arrumar, organizar, etc. Gosto de fazer de uma janta um ritual (slow food - olhem no google, sou fã).  Já há consumo dentro disso: a lâmpada ligada, tudo que se precisa pra cozinhar, pra estar em casa. Então... hehe.... nada demais: só resolvi limitar um pouco esse consumo. E a poluição gerada por ele. E, como já falei antes: Não dói. Pelo contrário: faz bem!

Sim, bibliografia, mas em formato fácil: Design para inovação social e sustentabilidade - comunidades criativas, organizações colaborativas e novas redes projetuais. Ezio Manzini. Editora: e-papers, Rio de Janeiro, 2008.

Sim.... sigo sem comprar roupas novas. E, nesses últimos tempos, com vários passeios ao shopping. Tentador, mas depois que achei uma banquinha de grãos, castanhas e risottos vegetarianos a granel, no shopping Total, todo e qualquer consumismo fica por ali. :)

Um comentário:

  1. Ótima dica desviar o foco das compras!
    :)

    http://encontrodeinvestidoras.blogspot.com/

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