domingo, 27 de fevereiro de 2011

Hoje faleceu um grande cara

Sim, eu não podia deixar isso passar em branco. Sei que o blog é sobre o meu ano sem roupas, sustentabilidade e tals, mas hoje faleceu o Moacyr Scliar. Grande cara, grande escritor.
Fica, aqui, minha singela homenagem. ::::::

Domingo. Só não tão ruim porque ontem foi o começo da mudança de escritório. Isso me deu energia, me renovou. E me fez ver como temos tendência a guardar tralhas!

Hoje, fui a pé ao super (são só 4 quadras) com sacolas de pano. A volta foi meio chata, com as sacolas cheias e na subida da lomba. (*para os não gaúchos: lomba = subida, ladeira). Achei um espagueti integral e orgânico feito no RS. Comprei molho de tomate feito em Blumenau. Tudo pensando em produtos que gastam menos gasolina pra chegar aqui. E, no caixa, a empacotadora fala pra caixa: bem que todo mundo poderia trazer essas sacolas.... Hehe... concordo, amiga.

Na volta pra casa, ainda me senti observada. Talvez as sacolas de pano realmente chamem a atenção... ainda.

Noite de Oscar. E domingo de luto em Porto. Pelo Scliar.
#dica do fim de semana: filme O discurso do rei. Divertido, um pouco previsível, mas inteligente.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

6 meses! E o tal de "ad"

Cá estamos. Em 22 de fevereiro completaram-se 6 meses.
Falando sério: talvez, assim que o ano acabar, eu me dê um mês - e não mais que isso - de compras. Aí, penso em lingerie nova (isso já sinto falta), acessórios e roupas pra trilhas e talvez um vestido vermelho. No mais.... tudo tranquilo.
Dia 22 de noite, deitada na cama, pensei: não estou adquirindo nada de roupas. Adquirir. "AD". Aí, fiz a conexão: Advertising. Minha profissão. Minha formação. I'm an advertisement. 
Pode soar estranho uma publicitária andar pregando menos consumo. Hehe. É estranho. Supostamente, o que eu faço no meu dia a dia é incitar a venda, mesmo que indiretamente.
De todo modo não vou deixar de falar sobre - e agir - em relação ao que eu acredito. "Pôxa, sou publicitária, não tem como eu ser sustentável". Balela. Eu acredito que aprendi - e muito bem - a como comunicar e vender ideias, produtos e serviços. Não assinei nada que jurasse que eu ia dar o meu sangue pelo consumo inconsciente. Logo, não consigo ver uma antítese, na verdade faz sentido pra mim - eu vendo uma ideia, um conceito. Eu quero te convencer a, no mínimo, considerar o assunto. A repensar as tuas atitudes de consumo. Faz sentido?

Bom fim de semana a todos.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

6 meses e 2.000 views depois....

Ok. Quase seis meses. Seis meses mesmo dia 22/1.

FOI FÁCIL: não se render a lojas e promoções;
- reviver muita coisa do meu armário;
- encontrar e recombinar várias peças;

FOI COMPLICADO: não aceitar presentes;
- fazer me levarem a sério;
- enxergar todo o contexto do compre-use-descarte num planeta onde nada surge por mágica;
- sentir o peso da responsabilidade que temos para com o resto do mundo e as pessoas que vivem nele. Sem botar panos quentes;
- fazer trilha ecológica sem comprar nada apropriado. Deu certo, porém.

FOI O MÁXIMO: - ouvir pessoas mudando pequenas atitudes, dizendo que lembraram-se de mim*;
- pessoas que, como a minha amiga Lucila, resolveram embarcar em um ano sem roupas comigo;
- todas as congratulações;
- um jeito de eu escrever e me expressar tão prático e dinâmico como um blog;
- sentir um orgulho esquisito de carregar um furinho na camiseta;
* uma cliente, fonoaudióloga, resolveu seguir meu conselho e juntar todos os sabonetes que tinha em casa, cremes e xampús em únicos lugares, dando-se conta de que pode ficar sem comprá-los por bastante tempo. Inclusive os que são brindes de hotéis. Sustentável pro mundo e, claro, pro bolso dela também!

O QUE MUDOU, MESMO?
- Tento levar isso pra tudo, agora. Maquiagens, cosméticos, comida. Nada entra em excesso aqui em casa.
- Emagreci um pouco. Não sei bem o motivo... em todo o caso, como eu não frequentei mais os shoppings, tive que arrumar outros passatempos. Além da leitura, do blog e do mestrado, trilhas, academia, dança e passeios à pé podem ter feito diferença. E isso facilita o ano sem roupa. Pensando bem, como acho fast food muito gastador de embalagens, comecei a evitar um pouco, apesar de adorar o sabor. E cozinhar em casa é sustentável e saudável, se feito com inteligência.
- Penso sempre se preciso mesmo ir de carro.
- A visão geral do mundo, SEM CLARO, virar uma eco-maluca-chata (espero!).

E mais seis meses virão. Serão super divertidos.

#dicas da semana: Bar Odessa em POA, quase do lado do Ocidente;
Filme Cisne Negro. Psicologicamente perturbador.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O descosturado do vestido

Pois então. Dia quente, com chuva e um vestido que eu adoro pra usar. Ele já tem mais um ano, de malha, está meio caidinho. Mas eu não desisto!
Um top por baixo, uns brincos e um salto = pronto, visual fechado. SÓ QUE.... Tudo pronto, vejo o problema: um descosturado.
Évelyn antes do ano sem roupa: "que saco! Não posso mexer nisso agora... vou levar numa costureira.". Muda-se o visual por um outro provavelmente menos interessante e joga-se o vestido na sacola da costureira... sabe-se lá quando ele será arrumado. Provavelmente será esquecido... virará um "vestido de praia"...será trocado por outro mais novo e azar....
Évelyn durante o ano sem roupa: "será que alguém vai enxergar isso? Eu adoro o vestido, adorei o visual. Vou testar pra ver se alguém enxerga... depois publico".
Então. Tenho um almoço, médico, dentista, dança.... vou perguntar pra todo mundo, depois, mais tarde, posto nos comentários. Vou pedir pras pessoas serem sinceras, perguntarei se repararam.
QUAL O OBJETIVO DISSO? Mostrar que tem coisas no nosso visual que só a gente enxerga.
p.s. sim, olheiras na foto.... era muito cedo :)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Não há produto ambientalmente correto.

O único produto realmente correto é aquele que você não comprou. Qualquer outro gastou água, agrotóxicos, queimou combustível ou extinguiu espécies
Se o produto já chegou na prateleira da loja, o impacto já ocorreu, que adianta não comprá-lo? O comércio anda a base de substituição. Se você não tirar a camiseta da prateleira, outra não entrará no lugar. Isto é que é ambientalmente correto.
Leia a matéria completa em http://www.ecodebate.com.br/2011/01/25/o-produto-realmente-sustentavel-artigo-de-efraim-rodrigues/

Às vezes, parece tudo tão difícil

Difícil. Porém, não impossível.
Não falo das roupas. O Ano segue bem, obrigada, com firmeza. Ontem mesmo acho que usei uma das peças do tal 1/3 que nunca uso. É uma blusa com o rosto da Madonna estampada. Ah, e essa eu nunca comprei, ganhei num brechó de usadas de amigas. Mas há anos não há usava. E ontem pintou a oportunidade.
Quero falar do difícil: mudar o desenho da produção industrial. Colocar a sustentabilidade em cada etapa. Ontem assisti a um programa que mostrava, passo a passo, a criação de uma lancheira típica de uma criança nos EUA: sanduiche de geléia de uva ou de manteiga de amendoim, suco de maçã e mini cenouras. Da plantação até o produto final pronto. Maquinofatura, embalamento e etc. 1.000 km pra cá, 1.500 km pra lá.... Tudo profissional, muito robotizado, muito limpo e com muito, muito gasto de energia. Grandes números, mercado funcionando a todo vapor.... o modelo num exemplo quase perfeito.
Suspiro.... admiro.... desanimo um pouco: complexo de mudar. Ao menos, são quase 6 meses sem roupa. 6 meses de muitas coisas boas e bacanas acontecendo na minha vida. E um profundo aprendizado de observação social. Forte, mas recomendo. Único. 
De um certo modo, eu quis desafiar a música "como nossos pais...." veremos se conseguirei.
Bos semana a todos!







quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Quem diria, elas não vão comprar também!

Olá.

Ainda sou inocente. Devo admitir que ganhei dois squeezes e mais um carregador de squeeze na minha trilha do fim de semana retrasado, mas o carregador foi num sorteio.

Isso, será mostrado quando eu completar seis meses sem roupa. São os pequenos pecados.

O QUE ACONTECEU DE INCRÍVEL (nestes últimos dias) FOI QUE GANHEI TRÊS DISCÍPULAS QUE SE PROPUSERAM A PASSAR 2011 SEM COMPRAR ROUPAS. E ONDE ELAS MORAM? NO PAÍS DO CONSUMO: ESTADOS UNIDOS.

Em breve, virei com os nomes, fotos e, quem sabe, depoimentos de cada uma. Isso aconteceu porque tenho uma grande amiga, a Lu, brasileira, estudou comigo aqui e hoje mora lá. Conversando com as amigas dela (de lá) surgiu a ideia.... e, claro, sobrou pra ela também.

Gente.... estou achando o máximo. Imaginem lá... tudo barato, crédito fácil. Isso será o máximo.

Falei pra Lu que eu acho que elas devem criar suas regras.... uma delas tem filhos, por exemplo, e quer continuar a comprar roupas pra eles. A Lucila já me pediu um par de meias emprestado, pois não quer comprar... hehe (sim, ela está passando uns dias aqui no Brasil).

Em breve, mais detalhes. O que eu teria a dizer? Nunca foi tão interessante deixar de fazer alguma coisa :D.

Será que o MENOS não é o ideal? Como a máxima do design: "menos é mais". MENOS roupas, menos calorias, menos carros, menos poluição, menos barulho, menos trabalho (quem sabe?), menos consumo, menos ambições materiais, menos ter.

Boa noite a todos. E, agora, torçam por mim e pelas minhas três discípulas.