quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

4 meses! E, quem diria, uma delícia.

Bom dia.
4 meses. Sem dor, sem problemas, mais diversão e diálogo do que qualquer sacrifício.

Não, meninas, não está sendo tão difícil. Vou ao shopping e nada acontece. Entro em lojas de roupas e minha respiração segue normalmente.

Ah.... os deslizes: felizmente, 4 delizes apenas.

1) a camiseta que ganhei no dia em que fui limpar a redenção, depois da eleição. Por uma boa causa.

2) os chinelos de brinde do casamento da minha prima. Não sei ao certo como... ou se alguém me convenceu.... mas vou dá-los à nossa avó, pois os chinelos nem me servem....

3) as meias: DESLIZE DE VERDADE. Essa meia comprei uns 15 dias depois do início do ano sustentável. Nas Americanas. Já as citei aqui no blog. São made in Brazil e são o maior pecado até agora.

4) Deslize emocional: meu pai foi ao Peru e me trouxe esse colar. Bem lindinho, prata, o pingente central é uma flor. Não pude negar. Suponho que seja artesanato local. Ok, é um pecadozinho igual, dado o ano sem roupa. Mas assumo a culpa.

E gente! Estou feliz e satisfeita. Esse meu ano de 2010, inclusive os 4 meses sem roupa me trazem já ótimas recordações. Foi - e está sendo - um ano de mais sabor e de mais sentido.

Feliz Natal a todos!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Aves escocesas e todo mundo lindo, em 2030

Parece lindo, não? A campanha de natal, da Sadia, vangloria o fato das aves (os Fiestas) serem modificadas geneticamente, "através de melhoramentos genéticos feitos no Brasil a partir de matrizes escocesas". Belo.... mais peito e mais coxas, temos o Fiesta. A promotora de vendas (no supermercado) me disse que tinham vindo da Escócia e criadas no Brasil. Claro, mais um brinde à ignorância humana.... até brinquei com ela.

Cá entre nós.... pintinhos "fiestinhos" atravessando o oceano (hihihi...). O ponto, porém, não é esse. Descobri que os fiestinhas coxudos e peitudos (estão na moda!) vêm de Sampa ou de Minas. Nada tãããão estranho. O que acontece é que, de uns tempos pra cá, começo a questionar essa mania nossa de ir remexer em tudo. Em termos genéticos, claro.
Desse jeito, o filme Gattaca fica menos absurdo.

Então tá, estamos no natal de 2030: na mesa o Fiesta.
Que, melhorando um pouco mais, passou sua vidinha à base de cloridato de fluoxetina (pra ser um fiestinha feliz). Ok, morreu coxudo e peitudo ao extremo. E, em 2030, ele não engorda, possui fibras, e os resquícios de antidepressivo deixam a família feliz. Ah, claro, também possui polifenóis, antioxidantes e até um pouquinho de filtro solar..... tudo em benefício de quem o consome.

E quem o consome?
Uma família linda. Claro, possuem dinheiro. Em 2030, só é feio quem não pode pagar.... e nem é tão caro assim. Todos têm cabelos lisos e loiro ou quase loiro. A mulher, claro, o pinta de castanho, pois odeia seu conjunto visual que ela chama de "esmaecido". Todos têm olhos claros, e sentem-se felizes. Não há mais o conceito de sobremesa, doces ou açúcar. Têm medo só de lembrar desse passado nocivo. (pensei agora no livro Admirável Mundo Novo, com toda essa felicidade padrão)

Hum... será, hein? Será que nos padronizaríamos todos, se pudéssemos? Ou, pior, será que ao invés de "fiestinhas" coxudos e peitudos, as mulheres todas não ficariam coxudas e peitudas, custasse o que custasse? EI!!!!
Já não está assim?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Divirta-se com um pouquinho de criatividade e de paciência!

Bom, claro, ainda sem comprar nada. Nem de roupas, nem de acessórios, nem de sapatos. Dia 22/12 serão 4 meses.

Na verdade, algumas coisas estão sendo extraordinárias:

1 - estou me vestindo melhor! E, agora, parece óbvio, mas no começo não parecia. De manhã há toda uma interação com o guarda-roupa. É entre eu e ele. E nós dois precisamos lidar com o objetivo do dia, se haverá reunião com algum cliente ou fornecedor, se preciso estar meio pronta pra aula de dança, se vai chover, se vou pra aula do mestrado.... se vou caminhar muito ou pouco. As mulheres me entendem.
Não posso me queixar pra mim mesma que preciso comprar mais isso ou mais aquilo. Uma meia.... uma lingerie.... um top que ficaria perfeito com esse vestido. E, querem saber? Está tudo ali. É só esforçar a cabeça um pouquinho que há o "milagre da multiplicação"! Tentem. Todos somos criativos... é mais fácil do que parece. Pois fomos nós que compramos as nossas roupas. E somos nós que nos acostumamos a usar sempre as mesmas. Resgate, procure, teste. A moda é volátil, a sua opinião também. Deixe a preguiça dormindo na cama e divirta-se.

2 - mil e uma utilidades: reforçando o tópico anterior... o segredo é testar. Descobri que meu sapato mais novo, de salto mais alto, é ideal pras aulas de tango. Que uma blusinha de ir na academia fica ótima com jeans. Que uma bermuda, comprada em 2008, no Rio, está super na moda agora.

3 - uma onda que está tomando conta: pois é. Estou indo menos no supermercado. Menos na farmácia. Andei descobrindo que tinha alguns medicamentos que nem me lembrava. Achei alguns cosméticos no fundo do armário. Não compro mais por impulso. Antes de qualquer coisa nova entrar, preciso me certificar de que não tenho mesmo.... nem um similar. Sem obssessão. Só consumo consciente.

Já visualizei pessoas achando isso tudo besteira. Disseram que não têm tempo. Imagina, chegar em casa e dar uma geral nos armários.... IMAGINA.... já têm tanto pra se preocupar e mais isso, ainda!!!

Eu acho que não é uma preocupação. É uma visão. Um aspecto. Atitude. Na vida, a gente pode ir de carona.... ou pode ir dirigindo.

Acabo esse post com uma frase maravilhosa, de um filósofo:
Suas atitudes falam tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz. (citando Ralph Emerson)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Problema 1 resolvido

Bom, era de se esperar: fui até a Redenção, domingo passado, e comprei um óculos de sol. Usado. Custou 20 reais. E pensei numa mensagem pros meus antigos óculos:

"Querido ex-óculos de sol,
espero achar-te um dia novamente.
Se eu não te achar, que o novo dono cuide bem de ti.
Se não tiveres um novo dono, seja bonzinho:
não te parta em mil pedaços,
não deixe tuas lentes entupirem boeiros,
não corte crianças atraídas por teus pedaços de lente.
Comporta-te.
Esforça-te para biodegradar-te o quanto antes.
Ou, ainda, atira-te em frente a uma recicladora.
Saudades.... Évelyn"

Ok, leitor. Achou exagerado isso? Será que é exagerado a gente ser responsável por tudo que adquire e descarta? Não? Então quem o fará pela gente?

domingo, 7 de novembro de 2010

Problema n. 1

E agora, José? E agora, Évelyn?
Pois é, perdi meu óculos de sol. Ok, ele estava todo arranhado, mas ainda cumpria sua função. Não sei onde o deixei. E, pior: fico super mal sem ele. Acho difícil andar na rua e dirigir no sol sem o óculos.
Segundo minhas regras, posso adquirir um usado.... ou eu o acho ou terei que comprar um de segunda mão. Pode ser que eu encontre um dos anos 70 ou 60, super estiloso.
Era isso. Sigam torcendo por mim, não vou vacilar.

Vou no show do Paul hoje. Começa às 21h, aí o óculos não será necessário.
Bom domingo a todos!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sobrevivendo e me divertindo


Então, sobrevivendo sem novas compras. Sábado (23/10), aniversário de um amigo em Caxias do Sul. Fui com um pretinho básico, que comprei em.....2002 ou 2001.
(* uma grande dica óbvia pra se aproveitar o próprio guarda-roupa é manter ou diminuir o próprio peso. É duro, mas vale a pena...).
Aí, a minha amiga Rafa me emprestou um super sapato de salto altão. Eu tinha uma bota, mas adorei ficar mais alta com o sapato dela.

Em tempo: noite de sábado no La Barra - Caxias do Sul, tinha uma banda ótima e depois som anos 80-90. Recomendadérrimo!

No próximo post falarei da metáfora de "olhar pra dentro do armário da cabeça da gente", na qual andei pensando.


Foto do site do La Barra, crédito: Edson Pereira.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Jeans malvado e dicas aleatórias


Hoje (12/10/2010) já são quase dois meses... dia 22/10 serão dois meses. As maiores tentações até agora foram brincos e maquiagens.... e hoje, por acaso, eu achei essa notícia que fala de como o jeans é vilão no meio-ambiente:

http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/o-impacto-do-jeans-no-meio-ambiente

Bom.... era de se imaginar. Enquanto eu lia, sentia-me orgulhosa de mim mesma.

Outros fatos interessantes de eu compartilhar:
1 - ao contrário do que eu imaginava, estou gastando e consumindo menos outras coisas também. Ou seja, no supermercado e em lanches esporádicos na rua, por exemplo. Pois como eu me obrigo a "brincar de loja de roupa" no meu próprio guarda-roupas, acabei "brincando de supermercado" na minha geladeira e na cozinha.... e assim por diante, pela casa e, sabem? Achei várias coisas:
- achei uma caixa com 5 sabonetes da Natura (e eu ia comprar sabonetes)
- comida congelada que a minha mãe tinha me mandado
- uma blusa bem bacana que estava tão no fundo da roupa suja que eu tinha me esquecido dela

Bom, pequenos exemplos. Somos tão assediados por essa cultura do consumo que acabamos nos esquecendo de tudo que adquirimos.... a dica é essa, então:

- olha bem. Olha de novo.... com certeza você ainda pode adiar uma ida ao supermercado, à farmácia e, claro, às lojas de roupas. Enfim.... é bom pro meio ambiente e é bom pro seu bolso.

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS A TODOS!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Limpando a redenção

Ok, mais um dia sem comprar roupas. Mas ganhei uma camiseta, numa ação super bacana, cliquem no link pra saber mais:
http://wp.clicrbs.com.br/rotao
rganica/tag/redencao-cc/?topo=77%2C1%2C1%2C%2C%2C77

E ajudei a limpar a redenção!

(foto:
Guilherme Caon - acho)

domingo, 3 de outubro de 2010

O ano sem roupas

Sim. 365 dias sem comprar roupas novas. Brincos novos. Maquiagem nova. Sapatos novos. Lingerie nova.

A ideia não é levantar bandeira nenhuma. Começou como uma brincadeira sustentável, em 22/08/2010. Virou uma forma de economizar para gastar com meu novo apartamento. E, conforme fui divulgando entre amigos, virou um desafio divertido.

Acho que a minha mãe não me entende bem... ela que adora umas comprinhas. Minhas amigas estão me achando meio louca... outros duvidam que eu conseguirei. Devo admitir que já burlei a promessa uma vez, comprei um par de meias por R$ 5,00 nas americanas. Me certifiquei, porém, de que não eram made in china.

REGRAS QUE INVENTEI
Certo, não gastarei em roupas. Não posso, porém, gastar mais ou transferir esse momento de consumo para outras coisas. (ah, tenho praticamente toda a mobília do novo apê, só não a cozinha, o que me ajudará e não gastar muito com isso)
* Posso comprar usadas - brechó, alugar e reformar, pegar emprestadas
* Não posso ganhar roupas novas também não. Já avisei minha mãe e minhas amigas - não vão contra meu "ano sustentável".

SUSTENTÁVEL? PSICOLÓGICO? AUTOCONHECIMENTO?
Olha, gente, tudo isso. E um pouco de rebeldia também. Quero lançar um novo olhar.... tipo, eu estou mexendo no foco de muita gente que só quer ter mais grana pra comprar mais coisas..... estou tentando desequilibrar essa visão.O negócio é comprar conscientemente.

PREPOTÊNCIA
Sim, não serei arrogante ou pobrezinha. Acho que tenho o suficiente talvez para muitos (e não apenas um) ano.

PONTO DE VISTA
Já me perguntaram: tá, por que tu não abre excessão e compra só o que realmente precisar?
E respondo - e como delimitar isso? Tem gente que "precisa" de algo novo a cada novo evento..... qual o conceito de necessidade, hum?

SEMI SUSTENTÁVEL
Outra questão: uma amiga falou que pra cada peça que compra, doa duas. Ou tentar doar. Olha, já é bem bacana, mas um comentário de um professor do mestrado me fez pensar: ok, mesmo que a gente doe o que tem... ou separe o lixo.... podemos confiar no paradeiro? Não está atulhando o armário de outra pessoa? Ou jogado num lixão sem tratamento? A gente mexe demais na natureza....
Admito que esse comentário que quis dizer: "em algum lugar foi parar, sai da nossa vista e consideramos resolvido" mexeu comigo e eu vou tentar evitar essa troca com a natureza por um ano.

Gentes.... por hoje é só. Já são 42 dias. Por hora não foi difícil. A minha mãe me convenceu a ficar com algumas peças dela (usadas, claro) e aceitei. Foi divertido.

E,depois do casamento de um amigo ontem, começo a pensar se um ano sem beber também não me faria bem.... mas isso sim seria um desafio e tanto.