segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Pequenos e grandes acontecimentos

Antes de mais nada: não comprei nada proibido.

Vou começar esse post pelos pequenos acontecimentos: fiz um super no sábado. Foi sustentável. Descobri um café que vem do Paraná. A ricota era da serra gaúcha. O atum vem de SC. Etc e etc, tentando sempre economizar combustível. Como esqueci minhas sacolas de pano em casa, coloquei no carrinho uma bonitinha, de R$ 3,99 que o Zaffari vende. Quase chegando no caixa, me dei conta de que essa sacola de pano poderia ser considerada um acessório. Nem pensei muito mais: voltou pra prateleira. E agora, me divirto economizando sacolas plásticas e enlouquecendo os empacotadores de super. Frases como: "não, coloca aqui".... "vamos usar essa mesma".... "não precisa de mais uma" e "coloca o jornal aqui com as frutas" deixa as pessoas confusas e me divertem. Aconselho!

Grandes acontecimentos: pois é.... a chuva está pondo abaixo a serra do Rio de Janeiro. Comoção nacional. A imprensa adora tragédias. E.... se.... não for uma tragédia? Ok, da nossa perspectiva, foi horrível, muitas mortes, gente do bem morrendo e sofrendo. Eu - e imagino que você também, leitor - se pudéssemos, jamais deixaríamos esse tipo de coisa acontecer. Só que aí, na quinta-feira à tade, peguei um chuvão de verão em Porto Alegre. Conclusões:

- se chovesse naquela intensidade por mais uma hora, eu quase não chegaria em casa de volta no mesmo dia
- se chovesse naquela intensidade por um dia inteiro, no outro dia a cidade estaria de feriado forçado
- se chovesse naquela intensidade por alguns dias..... bom, aí pode-se imaginar o que ocorreria

Certo? Compreendem? Que somos muita gente no mundo? Que impermeabilizamos demais o solo? Que construímos por cima de mangues e de baixadas, os ralos naturais da chuva? Que todo mundo diz que se o nível da água subir, Porto Alegre já era? Bom.... não sou bióloga, agrônoma ou de áreas afins. Só sei que o mundo segue sendo ele mesmo... os penetras somos nós, ao que parece.

Calma aí! Não me xinga! Não me chama de insensível. Eu pouco sei sobre as questões da Serra do Rio. Eu não estou culpando as pessoas que vivem lá. Minha visão é geral e mais ampla. Minha visão é a de que tem muita coisa construída de qualquer jeito por todo o país. E a de que, de um modo geral, a gente não se preocupa, a gente só quer mais ruas pra chegar mais rápido e mais altura no morro pra ter uma vista mais bonita. E parece que a natureza pode vir a acertar contas.

Calma de novo! Sabe.... estou relendo o Tempo e o Vento. Sim, é ficção, mas muito baseado em fatos reais. Nossas estradas serranas tem o quê? 100 anos? Foram abertas por especialistas em terreno, solo, geografia e climatologia ou por pobres imigrantes querendo apenas um bom lugar pra viver e plantar? Hum? E o que foi feito? Um novo estudo? Não! Foram simplesmente (mal) asfaltadas por cima do que os pobres colonos abriram há um século.

Então.... não estou acusando os brasileiros, penso global: estou usando o exemplo pra dizer que a falta de planejamento, o excesso populacional e o descaso com o ambiente pode levar a tragédias. Se eu acho que no Rio foi isso? Não sei, não sei mesmo, não quero entrar em detalhes. Pode também ser isso com uma boa dose de azar mesmo. Somos humanos. Tentamos nos proteger. Mas longe de nós dominar todos os conhecimentos. E longe de nós dominar a natureza. Nessas tentativas de dominá-la, a gente tem é feito muita besteira.

5 comentários:

  1. Ontem teve um chuvão aqui em Dois Irmãos e o pior não foram os 20 minutos que tiraram a cidade do prumo, mas sim as reclamações de tantas pessoas dizendo "EU fiquei sem luz por 2 horas", "entrou agua na MINHA casa". o problema é que enquanto pensarmos com nossos umbigos, o caminho já traçado não sofrerá mudanças. E são essas mudanças hoje tão necessárias.
    Há, só para constar, não comprei a TV de LCD de 42 polegadas. Pegamos uma TV de 14, que estava esquecida no escritório...e mandamos a antiga para o conserto.Por enquanto resisto!
    Beijinhos querida.

    ResponderExcluir
  2. Legal, Lu! Isso aí.... hehe. Bingo! Enquanto eu > nós ou o eu > tudo.... não se tem mudança.
    Sabe, ganhei três discípulas internacionais. No próximo post, explico melhor.

    bjbj

    ResponderExcluir
  3. Olá Évelyn, li as principais matérias do seu blog e curti muito! Concordo com você, a gente consome muito mais do que precisa, algo compulsivo, sem motivo, sem porque! Parabéns pela resistência! Quando o bicho pegar e o consumo bater, conte com os amigos e um chopp prá mudar de ideia! ;)
    bj
    Katia

    ResponderExcluir
  4. Que legal o seu blog Evelyn, estou amando. Sabe, eu também faço isso no mercado, prefiro usar caixas, sempre esqueço de levar minha sacola de pano rsrsrs. Economizo sacolas, os empacotadores são exagerados, colocam várias sacolas, não tem necessidade. Mas confesso que ainda as uso, para o lixo. Como vc faz?

    ResponderExcluir
  5. Oi, Bianca.
    Pois bem, para o lixo seco (que eu lavo como se fosse louça suja) eu uso sacolas plásticas e transparentes, pra ficar bem claro que o que tem ali tem valor. Para o orgânico, não achei solução. Esse dias usei um saco de papel do Mac, mas uso as plásticas ainda. Separo e lavo todo o resíduo seco, por hora é o melhor que podemos fazer (ainda... em breve vou descobrir alguma maneira mais efetiva de colaborar). Bj, obrigada pelos elogios!

    ResponderExcluir