terça-feira, 4 de janeiro de 2011

As dúvidas que surgem

Passei bem pelas festas. Não precisei convencer ninguém a gastar menos. Não ganhei roupas nem presentes "contra a ideia", apenas da minha mãe, que me deu um conjunto de lingerie que veio em boa hora. Pesei tudo na balança: aceitar numa boa, deixar ela feliz ou insistir na questão? Optei por não criar caso. E, nos outros dias, neguei passeios em lojas com ela. Pronto. Resolvido.

Essas feriazinhas das festas foram um momento de descanso e reflexão pra mim. Estive na casa dos meus pais, no Natal. Na casa do meu irmão. Na rua com amigos, festinhas, cervejas, passeios. Trilhas.

Na virada no ano, estive na praia da Pinheira, bem ao lado da Guarda do Embaú. Amigos. Namorado. Cozinhando, churrascos, interação. Conversas.... até a tão esquecida televisão deu as caras. Observei, em todos os lugares:
- o que as pessoas pensam sobre sustentabilidade, ecologia, reciclagem, etc...
- se separam o lixo
- se ao menos sabem pra que serve a separação
- em que pontos as pessoas conseguem conectar sustentabilidade ao seu cotidiano

Bom, está todo mundo ligado em lixo, em embalagens e em poluição. Ao que me parece, porém, as pessoas só ligam o tema a detritos, dejetos, resíduos. Pouca gente se deu conta da equação de que consumir menos = produzir menos resíduos = estressar menos o meio ambiente.

Isso já será uma outra etapa. Complexa, já que nosso sistema social e financeiro é muito voltado ao consumo. A dúvida, do título desse post, é, então, a seguinte: será que conseguiremos dar esse passo? E consumir menos?

Vamos lá: sustentabilidade tem um quê de divisão, de repartir, de fraternidade. Calma, não falo aqui de comunismo. Nem tenho bases teóricas suficientes pra ir tão fundo, mas até onde eu sei, esse era um sistema imposto. Não que a população quisesse dividir. Ela tinha que. E essa é a questão da sustentabilidade: eu quero consumir menos pra não usar tanto do meio ambiente. Eu quero deixar mais para os meus filhos e para os filhos do outros.
E o respeito vai até: o outro humano, o cavalo, a vaca, o coelho, os insetos... até os seres nojentos, mas que são os recicladores, como moscas, fungos, urubus e por aí vai.

E como inserir esse pensamento tão "nós" numa sociedade voltada para o "eu"? Eu compro. Eu quero. Eu sou.

Andei prestando atenção em comerciais e em anúncios. "Você merece, você curte, curta a vida, aproveite.... blá blá blá." É.... caminho complicado.

Já diz a música da banda The Presidents of Usa: Everybody wants to be naked and famous... e nesse mundo em que todo mundo quer ser a estrela mais brilhante.... como pensar no nós?

Um comentário:

  1. Évelyn, muito legal acompanhar a tua aventura e captar um pouco da tua consciência ambiental! Imagina um mundo cheio de Évelyns? Seria um pouco caótico, em certos aspectos, haha, mas muito mais divertido e sustentável. ;)

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